O Ministério Público Federal (MPF) pediu hoje (1º/09) à Justiça Federal a
absolvição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do banqueiro
André Esteves no processo que apura a suposta tentativa do ex-presidente
de obstruir o andamento da Operação Lava Jato. No mesmo pedido, o
procurador responsável pelo caso também pede a suspensão dos benefícios
concedidos com base na delação premiada do ex-senador Delcídio do
Amaral.
Nas alegações enviadas ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara
Federal em Brasília, responsável pelo caso, o procurador da República
Ivan Cláudio Marx concluiu que não há provas de que Lula e Esteves
participaram dos supostos crimes imputados pelo ex-senador nos
depoimentos de delação.
“Para o procurador, ao contrário do que
afirmou Delcídio do Amaral - tanto na colaboração quanto no depoimento
dado à Justiça -, o pretendido silêncio de Cerveró, que à época cumpria
prisão preventiva, não foi encomendado ou interessava a Lula, mas sim ao
próprio senador”, diz nota do MPF.
O procurador afirmou ainda
que Delcídio mentiu em seus depoimentos e que os fatos citados por ele
levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas. De acordo com
Marx, o ex-senador escondeu a origem dos recursos que teriam sido
providenciados supostamente para comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró.
“No entanto, atribuiu falsamente a Lula
a ordem para a prática do crime, e falsamente à família Bumlai [ligada a
Lula] o pagamento da quarta e quinta entregas de valores para comprar o
silêncio de Cerveró. Assim agindo, escondeu do Ministério Público
Federal sua real função de chefe no esquema referido, angariando
benefícios que não receberia se a verdade prevalecesse”, sustentou o
MPF.
Com agênciabrasil
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