A Justiça Federal de Brasília determinou o bloqueio de R$ 750 mil em
bens do ex-senador e atual secretário de Estado da Infraestrutura da
Paraíba, Efraim Morais (DEM-PB). A decisão atende a pedido feito numa
ação de improbidade administrativa movida no ano passado pela
Procuradoria da República do Distrito Federal (PR-DF) que acusa o
ex-parlamentar de ter praticado irregularidades no programa Interlegis,
do Senado.
Esse programa, implementado em 2000 numa parceria com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem o objetivo de modernizar e
integrar todo o Poder Legislativo brasileiro.
Efraim Morais é acusado de praticar irregularidades no programa Interlegis |
A direção do Senado, entretanto, afirmou que na ocasião esses funcionários do Interlegis só poderiam ser lotados em Brasília.
Para o Ministério Público, o ex-senador agiu de forma ilegal ao
permitir a transferência dos trabalhadores por meio de requisições de
sua autoria.
Em despacho do último dia 16, a juíza federal substituta Maria Lina
Silva do Carmo, da 20ª Vara Federal, decidiu tornar réu o ex-senador,
decretar a indisponibilidade dos bens de Efraim e ainda impedir que ele
faça transferência de recursos para terceiros. "Nesse contexto, rejeito
todas as preliminares arguidas pelo demandado, porque este era, à época
dos fatos, senador da República e há indícios veementes de que seja o
autor de condutas que redundaram em dano ao patrimônio da União",
afirmou a magistrada.
EX-SENADOR NEGA IRREGULARIDADES
EX-SENADOR NEGA IRREGULARIDADES
O ex-senador Efraim Morais afirmou que tomou conhecimento da decisão
pelo Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado. "Vou
apresentar a defesa quando for notificado", disse.
Ele explicou que três funcionários contratados pelo programa foram
colocados à disposição do seu gabinete. Segundo ele, o trio trabalhava
para o Interlegis. "Eu, como presidente do Interlegis, acredito que não
há nenhuma irregularidade", destacou.
Questionado se vai recorrer do bloqueio de bens, Efraim Morais disse que é uma decisão que cabe aos seus advogados tomar.
Ele afirmou que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou todas as contas da época em que comandou o Interlegis.
"Vou agora fazer a minha defesa de que sou inocente e provarei que o
pessoal trabalhava no programa", reforçou. Ele disse ainda que a
Paraíba foi o primeiro Estado onde o programa conseguiu chegar a todos
os municípios. Ele reconheceu que priorizou, na sua passagem pelo
órgão, seu Estado no Interlegis.
Com Agência Estado
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