Agricultor de 62 anos tira Certidão de Nascimento; processo durou mais de 5 anos

  Um agricultor paraibano, que vivia sem documentos há 62 anos, conseguiu emitir a Certidão de Nascimento somente após um processo que começou há mais de 5 anos. A informação foi divulgada pela Defensoria Pública do Estado, nesta quinta-feira (27/05). José Ferreira de Lima entrou com uma ação, com a ajuda da ex-sogra, para solicitar um registro tardio de nascimento. Ele terá seu primeiro aniversário em 1 de janeiro de 2022, data escolhida para o novo registro.

  José Ferreira mora na cidade de Caiçara, na região do Agreste paraibano, na casa da ex-sogra, Josefa Francisca da Silva, de 70 anos. A filha dela, que era casada com José, morreu há alguns anos, mas ele permaneceu na casa. Com dificuldades na fala e vivendo apenas de doações e bicos que faz como agricultor, a documentação é crucial para que José Ferreira possa dar entrada em benefícios sociais, como a aposentadoria, por exemplo.

 "Eu tinha muita preocupação com ele, porque ele não tem nada, nem ninguém. E aqui a gente vive com muito pouco. Depois que minha filha morreu, ele ficou por aqui mesmo, num quartinho atrás da minha casa, mas a situação é muito difícil. Não fosse a doação de alimentos que ele recebe da igreja, não sei como seria", afirmou Josefa. 

 O agricultor disse, com dificuldade em se expressar, que sempre trabalhou na roça ou viveu pedindo nas ruas. Ele também afirmou que não se lembra do aniversário na infância e que o próximo dia 1º de janeiro será a primeira vez que vai comemorar o aniversário. Sobre a Certidão de Nascimento original, ele disse que foi perdida quando ainda era criança e vivia com a avó.

Por G1/PB