Os incêndios florestais na região amazônica podem ser usados para
prejudicar o setor do agronegócio do Brasil, disse hoje (22/08) o presidente
Jair Bolsonaro, durante live semanal no Facebook. Ele destacou
que o governo trabalha para mitigar o problema e pediu que as pessoas
ajudem a denunciar práticas criminosas na área.
"Alguns países aproveitam o momento para potencializar as críticas
contra o Brasil para prejudicar o agronegócio, nossa economia, recolocar
o Brasil numa posição subalterna", afirmou. O presidente criticou
manifestações estrangeiras sobre o assunto. "Um país agora, sem dizer o
nome aqui, falou da 'nossa Amazônia', teve a desfaçatez de falar 'a
nossa Amazônia', está interessado em um dia ter um espaço aqui na nossa
Amazônia para ele", disse.
Minutos após terminar a live, Bolsonaro mencionou, pelo
Twitter, postagem do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre as
queimadas na Amazônia. Segundo Bolsonaro, Macron postou uma foto
desatualizada de queimada na região. "Lamento que o presidente Macron
busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países
amazônicos para ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com
que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em
nada para a solução do problema. O Governo brasileiro segue aberto ao
diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do
presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7
sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista
descabida no século XXI", escreveu o presidente brasileiro.
Na publicação no Twitter, o presidente da França classificou os
incêndios na Amazônia de "crise internacional" e pediu que os líderes do
G7 tratem urgentemente do tema. "Nossa casa está queimando.
Literalmente. A floresta amazônica, pulmão que produz 20% do oxigênio do
nosso planeta, está em chamas. Isso é uma crise internacional. Membros
do G7, vamos discutir essa emergência de primeira ordem em dois dias",
tuitou.
O próximo encontro do G7, que reúne os presidentes de EUA, Reino
Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, será realizado neste
fim de semana, em Biarritz.
Queimadas criminosas
Durante a live, o presidente brasileiro admitiu que tem
havido incêndios criminosos e que, segundo ele, isso pode significar uma
tentativa de afetar a soberania brasileira sobre a Amazônia. Ele
comparou os incêndios no Brasil a outros que acontecem anualmente em
regiões como a Califórnia, nos Estados Unidos.
"Aqui tem o viés criminoso? Tem. Sei que tem. Quem que pratica isso?
Não sei. Os próprios fazendeiros, ONGs, índios, seja lá o que for.
Então, existe esse interesse em cada vez mais dizer que nós não somos
responsáveis e quem sabe, mais cedo ou mais tarde, alguém decrete uma
intervenção na região amazônica e nós vamos ficar chupando o dedo aqui
no Brasil", disse.
Bolsonaro também criticou parte da imprensa na cobertura sobre o
assunto. Ele reforçou que o problemas decorrentes dos incêndios podem
prejudicar a todos no país. "Nossa economia está escorada nas commodities.
Se o mundo resolver nos retaliar, e a economia nossa bagunçar, todo
mundo, inclusive vocês, repórteres, vai sofrer as consequências."
Por fim, o presidente fez um apelo aos fazendeiros da região que
estejam ateando fogo em áreas florestais. "Há suspeita que tem produtor
rural que está agora aproveitando e tacando fogo geral aí. As
consequências vêm para todo mundo. Se vocês querem ampliar a áreas de
produção, tudo bem, mas não é dessa forma que a gente vai conseguir
atingir nosso objetivo."
Bolsonaro ainda revelou ter recebido oferta de aeronaves para
combater os incêndios por parte do presidente do Chile, Sebástian
Piñera, e do Equador, Lenín Moreno.
Por Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário