O governo nunca considerou mudar a política da Petrobras de reajuste de preços dos combustíveis, afirmou hoje (22/05) o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao sair de reunião com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, hoje (22/05), em Brasília, no Ministério da Fazenda.
“Fui convidado para a reunião. Na abertura da reunião, foi logo
esclarecido que de maneira nenhuma o objetivo seria o governo pedir
qualquer mudança na política de preços da Petrobras”, disse, informando
que os reajustes estão relacionados aos preços internacionais e ao
câmbio.
Segundo Parente, a reunião teve o objetivo de dar informações sobre a
dinâmica de mercado. Perguntado se a redução dos preços da gasolina e
do diesel, anunciada hoje pela empresa, foi feita por pressão política, Parente explicou que a decisão foi tomada em função da queda do dólar ontem (21/05).
“A redução de hoje é simples de entender: houve uma redução
importante de câmbio. É a prova de que essa política tanto funciona na
direção de subir os preços quanto de cair os preços. O Banco Central
interveio com mais intensidade no mercado ontem, houve uma redução de
câmbio e isso foi refletido no preço de hoje”, disse.
Com reforço da intervenção do Banco Central no mercado, o dólar
comercial encerrou o pregão de ontem em queda de 1,35%, cotado a R$
3,689. O resultado ocorre após seis altas consecutivas
da moeda norte-americana frente ao real. Ao longo da semana passada, o
dólar se valorizou 3,85% e chegou a valer mais de R$ 3,74 na sexta-feira
(18/05).
Parente evitou falar sobre eventuais medidas que o governo possa
adotar para reduzir os preços dos combustíveis, como mudanças na
tributação. “O governo está preocupado com os preços e está procurando
ver o que, no nível deles, pode ser feito”, disse. Ele acrescentou que o
assunto é de responsabilidade do governo. “Sobre esses temas da alçada
do governo, só as autoridades do governo têm que falar”, afirmou, ao
deixar o Ministério da Fazenda.
Reunião no Planalto
Ontem (21/05), no final da tarde, o presidente Michel Temer convocou uma
reunião de emergência para tratar do preços dos combustíveis com os
ministros Moreira Franco, Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia,
Esteves Colnago (Planejamento) e o secretário da Receita Federal, Jorge
Rachid, no Palácio do Planalto.
Também ontem, em sua política de reajustes praticamente diários, a
Petrobras informou que elevaria os valores do diesel em 0,97% e os da
gasolina, em 0,9% nas refinarias a partir de hoje. Na semana passada,
houve vários reajustes de preço nas refinarias.
Há discussões no governo sobre a possibilidade de redução da cobrança
de tributos sobre os combustíveis. Existem situações em que a
composição de impostos supera 40% do valor final do preço.
Padilha disse que o governo estuda uma forma de tornar os preços dos combustíveis mais “previsíveis”.
As reuniões ocorrem no momento em que os caminhoneiros deflagraram
uma paralisação por tempo indeterminado e que bloqueiam rodovias em
vários estados. A categoria reclama do reajuste das tarifas do diesel,
que encarecem o valor do serviço.
Por Agência Brasil
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