sexta-feira, novembro 18, 2016

MPF aciona prefeito e mais 4 por irregularidades em obra de R$ 243 mil

 Mais uma ação de improbidade decorrente a Operação Andaime, que apura irregularidades em licitações e contratos públicos, foi ajuizada pelo Ministério Público Federal. Dessa vez, o alvo foi um suposto braço operacional que a organização criminosa possuía em Serra Grande, No Sertão da Paraíba, a 464 km da Capital, para execução de obras públicas. Foram acionados o prefeito do município, Jairo Halley de Moura Cruz, mais quatro pessoas e uma empresa, por irregularidades na construção de uma praça no município sertanejo com R$ 243.750 provenientes do Ministério do Turismo.
  O município obteve a verba ao firmar com o Ministério do Turismo, por intermédio da Caixa Econômica Federal, o Contrato de Repasse nº 47.800/2013. Para executar a obra, a prefeitura deflagrou licitação na modalidade tomada de preços, homologada em 8 de dezembro de 2014 e vencida ‘formalmente’ por uma empresa ‘fantasma’.
 Em depoimento ao MPF, um delator contou que, após a licitação, foi procurado pelo prefeito, que lhe comunicou que ele mesmo (o prefeito) executaria a obra da praça e pagaria a ele um percentual de 8% em cima de cada uma das medições. Com o acerto feito, em maio de 2015, Jairo Halley emitiu o boletim da primeira medição da obra da praça (já preenchido com os valores) à empresa investigada, e levou para assinatura de engenheiro, possibilitando dessa forma o saque dos recursos federais. Segundo as investigações, o engenheiro assinou o boletim de medição sem nunca ter ido até Serra Grande ou aferido a real execução das obras.
 De acordo com o MPF, em 13 de agosto de 2015 (após a deflagração da Operação Andaime), para se afastar dos ilícitos, o engenheiro cancelou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no Crea-PB, referente à obra da praça, consignando que “nenhuma das atividades técnicas nele descritas foram executadas”. O que ele não soube explicar foi como a assinatura dele foi parar nos boletins de medição falsificados. Mais: através da análise de e-mail trocado entre o prefeito e o delator do esquema, descobriu-se que o real elaborador do boletim de medição tinha sido o engenheiro contratado pela prefeitura.
 Durante a deflagração da Operação Andaime, o delator foi preso preventivamente. Logo após ter sido colocado em prisão domiciliar, ele foi procurado pelo prefeito Jairo Halley para realizar o “pagamento” à empresa, como forma de apagar os rastros das ilegalidades cometidas. Como não teve êxito, o prefeito insistiu na “quitação”, propondo uma ação de consignação em pagamento na Comarca de Itaporanga.

Com  portalcorreio

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