Largo do Teatro Santa Ignêz, em Alagoa Grande, é um dos pontos de concentração do Caminhos do Frio (Foto: Francisco França/Secom-PB) |
O interesse pela gastronomia, atrativos históricos e culturais, visitas aos engenhos e zona rural do sete municípios do Brejo paraibano deve movimentar R$ 2 milhões entre os dias 14 de julho e 31 de agosto. Esse volume vai ser movimentado pela circulação de cerca de mil turistas por semana na Rota Cultural Caminhos do Frio 2014 que passará pelas cidades de Areia, Alagoa Grande, Alagoa Nova, Bananeiras, Pilões, Serraria e Solânea, segundo a gestora de turismo do Sebrae-PB, Regina Amorim.
Durante sete semanas, os visitantes devem aquecer a região com
hospedagem, alimentação, entretenimento em bares, além da aquisição de
artesanato e até consumo de combustível durante o evento, realizado pelo
Fórum de Turismo do Brejo Paraibano com o apoio do Sebrae. “Mesmo após a
semana em uma cidade como Areia, muitos turistas permanecem lá, mas
visitam a cidade que recebe a rota Cultural Caminhos do Frio por conta
da comodidade já adquirida com a hospedagem", frisou.
Areia concilia empreendedorismo e turismo (Foto: Jorge Machado/G1) |
Com temperaturas mínimas que têm variado entre 12ºC e 18ºC, a região do
Brejo paraibano concentra parte considerável dos engenhos de
cana-de-açúcar da Paraíba, segundo Regina Amorim, o que torna-se um
atrativo importante para a região. Aliado ao patrimônio histórico e
recursos naturais, a região possibilita o turismo de vivência, em que o
turista sai da posição contemplativa e interage com a população local e
é sensibilizada a entender a forma de vida e os meios de produção.
Areia, cidade fundada no século XIX mas que existia como povoado desde
1648, é uma das referências do turismo de experiência, segundo Regina
Amorim. É por ela que começa a rota com o Festival de Artes de Areia, que movimentará a cidade serrana com atividades artísticas.
Turismo de Experiência
Na região de Areia,
o destaque é a cultura com os grupos culturais e folclóricos, os
casarios históricos da terra de Pedro Américo, autor do quadro conhecido
como 'Grito do Ipiranga', e os engenhos de cana de açúcar. “O turista
não quer ser mais mero contemplador. Ele quer fazer uma cavalgada com os
moradores ou participar de uma oficina de flores de fuxico e depois
tomar café na varada da casa das artesãs”, explicou.
'Peteca' é invenção da gastronomia de Bananeirasengenho. (Foto: Arquivo Sebrae) |
Para os turistas, segundo Regina Amorim, há opções de desfrutar da gastronomia de Bananeiras que inclui vários pratos com banana, um produto com forte produção no município, além da cachaça, o mel de engenho e a tilápia.
A 143km de distância da capital, Alagoa Grande abriga os memoriais do
cantor e compositor Jackson do Pandeiro e da líder sindical Margarida
Maria Alves. Nela, estão também um conjunto de engenhos e o Caiana dos
Criolos, um remanescente de quilombo na zona rural da cidade. As flores,
a banana e o turismo rural em assentamentos são os fortes atrativos da
cidade de Pilões.
Melhoria da infraestrutura de acesso à região divide opinião
A qualidade dos acessos aos sete municípios que integram a Rota
Cultural Caminhos do Frio é um dos principais questionamentos que a
empresária Maria Júlia Baracho tem feito. Segundo ela, tanto a
sinalização turística quanto a qualidade das estradas precisam melhorar.
“Vindo de João Pessoa para Areia não tem uma placa indicativa. Eu já cansei de pedir apoio
nessa divulgação, Infelizmente, a gente vai e paga pela instalação de
outdoor e faz o papel do governo”, disse.
Cidade | Distância de João Pessoa |
---|---|
Alagoa Grande | 86,17km/h |
Pilões | 119km/h |
Serraria | 136km/h |
Areia | 138km/h |
Bananeiras | 141km/h |
Alagoa Nova | 143km/h |
Solânea | 143km/h |
A gestora em turismo do Sebrae, Regina Amorim, ponderou que a preocupação da empresária com que o acesso às cidades que integram a Rota Cultural Caminhos do Frio é justa e pode resultar em mais segurança para os turistas. “Eu diria que o acesso poderia ser melhor, inclusive, com sinalização indicando os alertas para os condutores porque a área tem curvas, chove muito, tem nevoeiro e o turista precisa ter a noção da qualidade da estrada”, disse.
Por outro lado, há um lado positivo nessa responsabilidade que os
empresários assumem para si, aponta Regina Amorim. “Investir em
divulgação é um fator positivo para qualquer empreendimento. Na
realidade, são empreendedores investindo em promoção de empresas deles”,
contou. Regina Amorim explicou que os acessos das cidades de Alagoa
Grande e Pilões, por exemplo, melhoraram. “Melhorou, inclusive, na
sinalização”, disse. O G1 tentou entrar em contato com o secretário de
Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico, Renato Feliciano, mas não
obteve êxito.
Com Wagner Lima/G1/PB
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