A Justiça determinou o afastamento de Amadeu Rodrigues do cargo de presidente da Federal Paraiba de Futebol (FPF), e também de Lionaldo Santos (presidente) e Marinaldo Barros (procurador) do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB), de José Renato e Severino Lemos da Comissão Estadual de Ábitros de Futebol da Paraíba (CEAF-PB) e Genildo Januário (vice-presidente) do Sindicato dos Árbitros da Paraíba. A decisão é mais um desdobramento da Operação Cartola.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (27/06) pela juíza Shirley
Abrantes Moreira Régis, da 4ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa.
Todos os citados na decisão têm 10 dias para apresentar defesa. Eles são
acusados de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados do
futebol profissional da Paraíba, desarticulado pela Operação Cartola.
O Ministério Público da Paraíba chegou a denunciar 17 suspeitos de envolvimento no esquema pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e crimes contra o futebol (Estatuto do Torcedor).
A juíza Shirley Abrantes determinou medidas cautelares a todos os 17
denunciados. Além dos seis que foram afastados, também devem cumprir as
medidas Breno Morais, Adeilson Carmo Sales de Souza, Antônio Carlos da
Rocha (Mineiro), Antônio Umbelino, Eder Caxias, Francisco Santiago
(Galeguinho), João Bosco Sátiro, José Maria Netto, Tarcísio José, Josiel
Ferreira da Silva e José Araújo.
Eles vão ter que comparecer na Vara Criminal uma vez por mês para
informar e justificar atividades; estão proibidos de se ausentar da
Comarca onde residem sem autorização judicial; estão obrigados a se
recolherem em casa das 21h às 5h; estão proibidos de acessar as
entidades desportivas paraibanas (FPF, TJDF e CEAF) e eventos esportivos
atrelados ao futebol paraibano, devendo manter uma distância mínima de
400 metros; não podem manter contato com as testemunhas e investigados
no caso, a não ser que sejam parentes; e devem entregar o passaporte à
Justiça em 24 horas.
Operação Cartola
As investigações da Operação Cartola começaram
na Delegacia de Defraudações de João Pessoa, em um inquérito sobre
supostos desvios de valores nas prestações de contas da FPF. De acordo
com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do
MPPB, o controle e a manipulação de jogos e resultados se dava há pelo
menos 10 anos por parte de dirigentes da FPF, de integrantes da Comissão
de Árbitros, além da participação da presidência e da procuradoria do
TJDF. Nesse período, várias denúncias foram arquivadas, sem que tivessem
sido apuradas.
As investigações apontam que a organização criminosa se dividiu em
núcleos (gestores/líderes; supervisores e logística), com atribuições
distintas que, após praticar os crimes principais (a manipulação dos
resultados das partidas de futebol), utilizavam-se de influência
política e social, para praticar diversos outros delitos subsidiários,
que eram imprescindíveis para o sucesso da empreitada criminosa, como a
utilização de documentos falsos, a intimidação de testemunhas, a
ocultação e destruição de provas, entre outros.
O objetivo principal da organização era obter vantagens econômica,
política e associativa. Segundo o MPPB, os resultados dessas ações
geravam elevados desvios econômicos, prejuízos financeiros e prejuízos
que também atingiam a esfera moral da sociedade, com o descrédito no
futebol paraibano.
Por G1/PB
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