A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados está reunida,
em Brasília, desde o final da tarde desta terça-feira (22/09), para
definir os nomes que serão levados pelo líder do partido, Leonardo
Picciani (RJ), à presidente Dilma Rousseff (PT), para serem escolhidos
para integrar a nova configuração do governo. De acordo com o Jornal O
GLOBO, os nomes levantados pela bancada são dos deputados Manoel Junior
(PMDB-PB) e Marcelo Castro (PMDB-PI). O paraibano, inclusive, pode
assumir o Ministério da Saúde.
Deputados Manoel Junior |
- Ficou sinalizado que um dos ministérios seria o da Saúde e
que o outro seria algo na área de infraestrutura. A presidente
demonstrou ter predileção por deputados do PMDB, então vamos definir
nessa reunião da bancada agora à tarde para levar esses nomes. Existe um desejo de
participar e ser ouvido nesse processo. A presidente foi expressa ao
dizer que a partir de agora haverá a mesma correlação de forças para as
bancadas da Câmara e do Senado — afirmou Picciani.
Segundo o deputado, foi dito à presidente que o ministro do
Turismo, Henrique Eduardo Alves, não é indicação da bancada, apesar do grupo
“ter apreço” por ele. O nome do ministro da Aviação Civil, Eliseu
Padilha, também não está sendo cogitado pelos deputados do PMDB para
representar a bancada.
Ontem, em reunião com Picciani e com o vice-presidente Michel Temer,
Dilma pediu que o deputado apresentasse dois nomes para compor o governo
no âmbito da reforma administrativa que será concluída em breve.
A presidente, no entanto, não especificou quais seriam os ministérios oferecidos à bancada peemedebista. Na ocasião, Dilma quis
apenas assegurar que o PMDB da Câmara teria interesse em fazer
indicações para a Esplanada e, assim, garantir seu apoio ao governo.
Picciani irá se reunir com a presidente até o final do dia para levar as
indicações e a expectativa é que Dilma dê mais detalhes sobre o espaço
que será ocupado.
Até o momento, os nomes levantados pela bancada são os dos deputados
Manoel Junior (PMDB-PB) e Marcelo Castro (PMDB-PI). Os critérios para
escolha dos dois deputados se basearam no fato de ambos terem afinidade
com a área de Saúde por serem médicos e também por votarem com o
governo, ao contrário de outros médicos na bancada que fazem oposição
sistemática ao governo, como o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Outros nomes cotados são José Priante (PMDB-PA) e Leonardo Quintão
(PMDB-MG).
Deputados do partido dizem que a reforma agora tem que ser
definitiva. Caso a presidente não ofereça um espaço significativo para o
PMDB, isso significará um rompimento com o governo.
- Se a gente não participar do governo agora com essa reforma, é um
rompimento automático. O problema é grave. Se somos aliados, temos que
participar de coisas importantes. Não adianta querer dar qualquer
ministério — afirma um peemedebista.
Padilha diz que indicação pressupõe apoio à Dilma
Após descartar a hipótese de o PMDB vir a assumir o Ministério da Saúde, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse que, se a bancada do partido na Câmara aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para discutir cargos na Esplanada, o natural é que se comprometa a votar os projetos de interesse do governo.
Após descartar a hipótese de o PMDB vir a assumir o Ministério da Saúde, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse que, se a bancada do partido na Câmara aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para discutir cargos na Esplanada, o natural é que se comprometa a votar os projetos de interesse do governo.
- Neste caso, (a sugestão de nomes para o ministério) está sendo
indicada pela bancada inteira e, presumo que a bancada, vai ter
compromisso absoluto com as posições do governo dentro da Câmara —disse
Padilha.
A bancada do PMDB na Câmara tem votado sistematicamente dividida,
apesar de ser o principal aliado da presidente. Houve somente uma
melhora nas votações durante o primeiro pacote de ajuste fiscal, que
cortou benefícios previdenciários e trabalhistas, quando o vice Michel
Temer e Padilha estiveram à frente da articulação política do governo.
Sobre a reforma ocorrer em meio à discussão do pacote de ajuste que
prevê aumento de impostos e à votação de vetos, entre eles, o do
reajuste do Judiciário, Padilha disse que muitos integrantes do governo
na mira do corte estão descontentes e que o ideal para o governo é
minimizar os danos com os aliados.
- (Che) Guevara tinha uma expressão que o poder, ninguém entrega
olimpicamente. Se tivermos que extinguir ministérios, e esta é a
proposta, há pessoas que estão desconfortadas. A sabedoria do governo
agora é fazer que este desconforto seja o menor possível e que isso não
venha a ter influencia nas votações — afirmou.
Com O Globo
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