O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), promulgou nesta terça-feira (2) a emenda à Constituição que
aumenta em um ponto percentual o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repasse feito
todos os anos pela União em favor dos municípios. A promulgação ocorreu
durante sessão conjunta nesta manhã entre Câmara e Senado.
O FPM é atualmente
formado por 23,5% do que a União arrecada com o Imposto Sobre Produtos
Industrializados (IPI) e com o Imposto de Renda (IR). Agora vai para
24,5%. Apesar de diminuir o valor da arrecadação que fica com a União, o
texto foi aprovado conforme o governo havia se comprometido
anteriormente com prefeitos.
O aumento será dividido em dois anos, com 0,5 ponto percentual em
2015 e 0,5 ponto percentual em 2016. A elevação de um ponto percentual
deve gerar impacto anual para os cofres do governo federal de R$ 3,8
bilhões, segundo estimativa da Secretaria de Relações Institucionais.
A proposta já havia sido aprovada pelo Senado e, na semana
passada, recebeu também o aval da Câmara dos Deputados. O texto, agora,
será publicado
no Diário Oficial do Congresso e não precisará de sanção presidencial. O
reajuste aprovado fica abaixo da expectativa da Confederação Nacional
dos Municípios (CNM), que pedia um aumento de dois pontos percentuais
nos repasses anuais.
A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo
com o número de habitantes, onde são fixadas faixas populacionais,
cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. Todos os anos, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulga a estatística populacional
dos municípios e cabe ao Tribunal de Contas da União, com base nesses
dados, calcular o coeficiente de cada cidade.
Renan Calheiros disse que o aumento vai “atenuar a injusta
distribuição do bolo tributário, que beneficia a União em detrimento dos
estados e municípios”. O recurso extra, segundo o presidente,
representa a “única chance” que alguns municípios têm para manter
serviços essenciais de saúde e educação. “Essa emenda representa uma
interrupção no panorama de severas dificuldades financeiras enfrentadas
pela grande maioria dos municípios brasileiros”, afirmou Renan durante a
solenidade de promulgação.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), disse que o aumento aprovado é “aquém daquilo que precisavam
os municípios”, mas “pelo menos é um primeiro passo”.
“Queríamos que fossem dois pontos percentuais, mas diante das
dificuldades que o país hoje vive, o governo teve sensibilidade ao
concordar com pelo menos um ponto. Mas essa luta continuará no próximo
ano”, afirmou o deputado.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziulkoski,
agradeceu ao Congresso e à presidente Dilma Rousseff pela emenda.
“Embora seja uma matéria de competência dos parlamentares, teve anuência
política da presidente da República num momento de difícil situação
fiscal”, afirmou. O aumento do FPM foi uma das demandas da Marcha dos
Prefeitos, organizada pela confederação.
Com G1
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