segunda-feira, outubro 27, 2014

Dilma Rousseff vence eleição mais acirrada desde a redemocratização

  Na mais acirrada, mais polarizada e também emocionante eleição presidencial desde o retorno da democracia no Brasil, a presidente Dilma Rousseff foi reeleita para o cargo neste domingo, conquistando um segundo mandato de quatro anos. A petista obteve 51,64% dos votos, contra 48,36% do oposicionista Aécio Neves. A diferença entre eles é de pouco mais de 3,4 milhões de votos. A vitória de Dilma só se tornou irreversível após a apuração de mais de 97% das urnas. 
 Os três pontos percentuais de vantagem que elegeram Dilma são a menor diferença entre os dois candidatos mais votados em uma eleição presidencial no Brasil desde o fim da ditadura em 1985. Até hoje a menor vantagem entre vencedor e segundo colocado era de seis pontos percentuais, quando, em 1989, Fernando Collor de Mello venceu o então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Aquele ano também foi o primeiro ano em que os brasileiros voltaram a poder escolher presidente por voto direta após 29 anos, desde as presidenciais de 1960. 
 Já a maior diferença entre o vencedor e derrotado no segundo turno foram os 34 pontos percentuais com os quais Lula, em sua quarta tentativa de chegar ao poder, venceu em 2002 o ex-ministro José Serra, colega de Aécio no PSDB. 
 Os números oficiais confirmaram as últimas pesquisas. O resultado é praticamente igual à previsão feita pelo Instituto Datafolha, que apontava vitória da presidente por 52% contra 48% no levantamento divulgado na véspera do segundo turno. O resultado mostra um país dividido, com Dilma vencendo majoritariamente nos estados do Norte e do Nordeste, e Aécio vencendo principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 
 Talvez ainda mais importante, a sociedade brasileira sai dessa eleição polarizada, dividida entre petistas e antipetistas. Não à toa, Dilma falou em união logo após a divulgação do resultado oficial. Aécio também falou em união ao reconhecer a derrota. "Desejei a ela (Dilma) sucesso na condução de seu próximo governo e ressaltei que a maior das prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado."

Com Terra

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