Por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta
quinta-feira (3) não conceder registro ao partido Rede
Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva,
por falta de assinaturas de apoio necessárias para a criação da
legenda. Com isso, o partido não poderá participar das eleições de 2014.
O único ministro a votar contra foi Gilmar Mendes.
Os outros seis votaram contra a criação do partido (Laurita Vaz, João
Otávio de Noronha, Henrique Neves, Luciana Lóssio e Marco Aurélio Mello e
Cármen Lúcia).
Segundo o TSE, Marina comprovou apoio de 442 mil eleitores em
assinaturas validadas pelos cartórios eleitorais, mas a lei exige 492
mil, o equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados federais nas
últimas eleições.
A ex-senadora Marina Silva no plenário do TSE |
Marina ainda pode se filiar a um outro partido até sábado caso queira
participar da disputa presidencial - segundo a última pesquisa Ibope,
Marina estava em segundo lugar nas intenções de voto. Ela acompanha o julgamento da primeira fileira ao lado do advogado Torquato Jardim e apoiadores da Rede.
A senadora queria que o TSE validasse 95 mil assinaturas de apoio que
foram rejeitadas pelos cartórios eleitorais. Ela argumentou que os
cartórios rejeitaram sem motivo assinaturas de jovens e idosos, cuja
participação em eleições anteriores foi facultativa. A maioria dos
ministros do tribunal, no entanto, entendeu que os cartórios têm
autonomia para verificar se a ficha de apoio apresentou os requisitos ou
não para ser validada.
Argumentos dos ministros
Ao rejeitar o pedido de criação do partido de Marina Silva, a relatora Laurita Vaz afirmou que é "inconciliável" o pedido de validação das assinaturas rejeitadas. Ela explicou que Marina Silva deveria ter questionado as anulações diretamente nos cartórios. "É inconciliável o requerimento da requerente de que se procedesse o reconhecimento das assinaturas por presunção."
Ao rejeitar o pedido de criação do partido de Marina Silva, a relatora Laurita Vaz afirmou que é "inconciliável" o pedido de validação das assinaturas rejeitadas. Ela explicou que Marina Silva deveria ter questionado as anulações diretamente nos cartórios. "É inconciliável o requerimento da requerente de que se procedesse o reconhecimento das assinaturas por presunção."
Ainda segundo Laurita Vaz, cabe ao partido comprovar a validade das
assinaturas e não aos cartórios. "Não há como admitir que a falta de uma
oportuna verificação pelo próprio partido das 95 mil assinaturas
perante cada cartório esteja suprido nos presentes autos. Isso porque
incumbe ao responsável pelos partidos a verificação dos motivos do
acolhimento parcial das assinaturas."
Primeiro ministro a votar após a relatora, o ministro João Otávio de
Noronha afirmou que Marina Silva é reconhecida como "ícone da ética na
política". Ele destacou, porém, que cabe ao tribunal verificar se os
requisitos objetivos previstos na lei foram cumpridos. Para ele, não
cabe à Corte verificar se a rejeição de assinaturas foi justificável.
Com G1/Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário