sexta-feira, maio 04, 2012

PF prende empresários e prefeitos por desvio de verbas públicas

       Uma operação denominada Duplê foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira em cumprimento a mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça, que investiga um esquema de desvio de verbas públicas em prefeituras do Sertão da Paraíba. Dos oito, apenas sete foram cumpridos. De acordo com a assessoria de imprensa, entre eles estão um prefeito e três secretários municipais de duas cidades.
     O prefeito que está na delegacia da Polícia Federal em Patos é José Edivan Félix (PR), do município de Catingueira. A esposa dele, Francinalva Félix, confirmou que o marido estava prestando depoimento, mas disse que não poderia fazer mais comentários sobre o caso. Com ele foi apreendida uma espingarda calibre 12 de uso restrito. Sete carros de luxo foram recolhidos com os demais suspeitos de envolvimento.
        De acordo com o superintendente da Polícia Federal, Marcello Diniz Cordeiro, continua em aberto um mandado de prisão contra um segundo prefeito, Inácio Roberto de Lira Campos (PMDB), de Cacimba de Areia. No início da manhã, a assessoria comunicou que ele teria sido preso em João Pessoa, porém às 11h retificou e disse que ele está foragido. Segundo o delegado, a PF vai pedir prisão preventiva, uma vez que ele teria conhecimento da operação. A reportagem tentou contato com representantes do político e da prefeitura de Cacimba de Areia, mas ninguém atendeu às ligações.
          Segundo Marcello Cordeiro, os investigados teriam desviado cerca de R$ 5 milhões dos cofres públicos, sendo aproximadamente R$ 1,5 milhão de verbas da saúde, R$ 1 milhão de educação e ação social e R$ 2 milhões de verbas de desenvolvimento rural e infraestrutura urbana. O dinheiro seria proveniente de programas do governo federal, como Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e do Projovem, além de outros vinculados ao Fundo Nacional de Assistência Social (Fundef), Sistema Único de Saúde (SUS) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
         Para fazer uso particular dos recursos, os políticos e funcionários públicos teriam sacado valores em favor das tesourarias das prefeituras e criado licitações fictícias com notas fiscais clonadas. A falsificação serviria para prestar contas aos orgãos fiscalizadores, como o Tribunal de Contas da Paraíba.
         Além das prisões foram feitas buscas em um escritório no Centro da capital e nas sedes das prefeituras de Catingueira e Cacimba de Areia, que chegaram a ser interditadas pelos agentes de investigação.
        Conforme a PF, os envolvidos no esquema prestaram depoimento e serão indiciados pelos crimes de responsabilidade de prefeitos, fraude a licitação, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Com G1/PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário