Em uma resposta sobre os efeitos da agropecuária para o meio ambiente no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro
disse a um repórter, nesta sexta-feira, que, para combater a poluição
ambiental, deve-se comer menos e "fazer cocô dia sim, dia não". Ele
havia sido questionado se é possível fazer o país crescer com
preservação, depois de destacar a necessidade de alimentar a população
crescente e dizer que que a pressão internacional contra o desmatamento
ocorre porque "eles querem a Amazônia.
— É lógico que sim (é possível crescer com preservação). É só você
deixar de comer menos (sic) um pouquinho. Quando se fala em poluição
ambiental, é só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a
nossa vida também, tá certo? — declarou o presidente, durante
entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.
A declaração ocorreu depois que um jornalista mencionou um artigo
publicado na Revista Nature que apontou o desmatamento e a agropecuária
como responsáveis por um quarto do efeito estufa no planeta e questionou
como Bolsonaro enxerga o desenvolvimento da agropecuária no Brasil em
relação a esse dado.
O presidente disse que o mundo tem hoje aproximadamente 7,6 bilhões
de habitantes e se referiu a números que disse ter recebido do
Ministério da Defesa, contabilizados no alistamento militar obrigatório,
que equivale a nascidos há 18 anos, para dizer que o Brasil ganha um
pouco mais de 2 milhões de habitantes anualmente.
— O pessoal tem que comer. E como é que você tem que estimular o
agronegócio? É a parte da economia que mais está dando certo no Brasil.
Nós concorremos com Austrália, Estados Unidos, então temos que colaborar
com esse setor — afirmou.
Na sequência, falou sobre o que classificou de propaganda negativa
contra a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que segundo ele é
chamada de a "rainha do veneno". Isso porque, disse Bolsonaro, pelo
trabalho dela também junto com a Câmara, o Brasil liberou mais uma
centena de agrotóxicos.
— ... produtos que vão fazer bem para o agronegócio, deixando para
trás velhos outros tipo de combate a pragas no campo. Estamos evoluindo.
Por que essa pressão agora? É a guerra comercial. Por que a pressão
enorme sobre a Amazônia? Porque eles querem a Amazônia, pô. Ninguém
chama uma menina de feia se ela não é bonita — afirmou.
— O mundo todo está conectado. O próprio acordo União [Europeia] com
Mercosul, tem outros países que não estão gostando disso, porque vão
perder mercado na Europa. É natural isso aí. Agora nós é que devemos
falar a verdade e divulgar o que o Brasil tem de bom. E se tirarmos o
agronegócio fora, as nossas commodities, a gente vai viver do quê na
economia? — questionou o presidente.
Por OGlobo
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