A Delegacia-Geral de Polícia Civil da Paraíba encaminhou nesta
quarta-feira (3/04) para a Corregedoria uma denúncia contra o delegado
Francisco Azevedo, após a publicação de um texto em seu perfil pessoal
no Facebook em que afirma que “mulher petista é mulher rapariga, safada,
rodada, gostosa de transar e fácil de apaixonar”. O texto foi
compartilhado em caráter público no dia 15 de fevereiro deste ano pelo
delegado, mas só ganhou destaque nesta quarta.
O Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba ao tomar conhecimento do
texto emitiu uma nota de repúdio nesta quarta e informou que vai entrar
com uma denúncia coletiva contra o delegado no Ministério Público, assim
como com uma ação judicial. O secretário da Segurança e da Defesa
Social, Jean Francisco Nunes, considerou uma “atitude reprovável que não
tem, jamais, qualquer apoio da Polícia Civil ou da secretaria”.
Ainda nesta quarta-feira, o texto publicado pelo delegado foi criticado
pelos vereadores Marcos Henriques (PT) e Sandra Marrocos (PSB) na
tribuna da Câmara de Vereadores de João Pessoa. Após repercussão
negativa do texto, o delegado Francisco Azevedo apagou a publicação do
seu perfil pessoal.
Ao G1,
a Delegacia-Geral de Polícia Civil informou, por meio da assessoria,
que uma investigação preliminar vai ser aberta pela Corregedoria da
Polícia Civil. O procedimento tem um prazo inicial de 20 dias, podendo
ser ampliado caso os corregedores julguem necessário. A partir desta
investigação, o procedimento pode ser convertido em sindicância,
processo administrativo disciplinar ou ser arquivado, caso a
Corregedoria não encontre irregularidades no comportamento do delegado.
No texto compartilhado pelo delegado, ele conta sua experiência na
juventude, quando fez parte da militância do PT, a partir de 1996, e
mantinha relações sexuais com mulheres que também integravam o partido.
Francisco Azevedo, de acordo com o texto compartilhado por ele, ainda
afirma que o único que crime que ele e os demais cometiam no partido era
fumar maconha.
“Os integrantes do partido se apresentavam como líderes (e ou
liderados). Você só era alguém no PT se liderasse alguma coisa”, relata.
Em seguida, o delegado segue contando seu passado no partido. “Tinha
até líder das bichas, mas surpreendentemente não havia líder das
raparigas! Era estranho, pois nunca vi tanta rapariga junta num só
lugar”, completa no texto.
No decorrer do texto publicado, Francisco Azevedo relata suas
experiências sexuais com as mulheres do partido na época e conclui
“enquanto a burguesia fazia sexo papai e mamãe e seus filhos cheiravam
pó na orla, uma revolução se desenhava bem no centro, sob olhares dos
edifícios que materializam o Poder do Estado. Pena que o PT deixou de
ser raiz”.
No fim da publicação, o delegado explica que está lendo o livro de
memórias de José Dirceu, integrante do partido preso no Mensalão,
indicando indiretamente que a leitura motivou uma procura particular por
uma memória sua do período em que integrou o partido. O G1 tentou contato com o delegado, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
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