O Tribunal de Justiça da Paraíba concedeu neste sábado (8/12) uma medida
protetiva em favor de uma advogada, ex-namorada do atual para prefeito
de Sousa, Fábio Tyrone (PSB), para que ele não se aproxime da
ex-companheira. O pedido da medida foi feito pela própria advogada,
Myriam Gadelha, após denunciar o prefeito Fábio Tyrone na Lei Maria da
Penha. A medida protetiva foi concedida pelo desembargador Ricardo Vital
de Almeida.
A Justiça proibiu Fábio Tyrone de se aproximar da casa da ex-namorada e
determinou que ele mantenha uma distância mínima de 300 metros dela. O
prefeito também não pode fazer contato com a advogada por qualquer meio
de comunicação.
O G1
tentou falar com Tyrone, mas as ligações não foram atendidas. O
secretário de Comunicação da prefeitura de Sousa, Eugênio Rodrigues,
afirmou que deve encaminhar um posicionamento do prefeito sobre o caso
assim que conseguir falar com ele.
A advogada relata na denúncia apresentada à Justiça que estava se
relacionando com Fábio Tyrone há cerca de quatro meses e que neste
período o prefeito teria revelado “personalidade ciumenta, possessiva e
controladora”. A vítima afirmou que o primeiro caso de agressão
aconteceu no mês de novembro, em uma viagem à cidade de São Paulo.
Segundo documento remetido ao TJPB, com ciúmes, o político empurrou e
tentou agredir a ex-companheiro no pescoço. O último episódio de
violência, segundo Myriam Gadelha, na quinta-feira (6). Fábio Tyrone
iniciou uma briga em uma festa em João Pessoa reclamando que a advogada
havia bebido demais e conversado com muitas pessoas.
Na sequência do relato, a ex-companheira do político relatou que na
volta para casa foi agredida com um tapa no rosto. Na residência dela,
ainda foi xingada várias vezes, derrubada no chão e chutada várias
vezes. Ela relatou no documento ainda que quando mandou o prefeito
embora, foi novamente agredida com um soco no olho.
Após o episódio relatado na quinta, a advogada e o prefeito de Sousa
romperam o relacionamento e ela registrou as agressões com a Polícia
Civil. A ex-namorada do prefeito relatou à Justiça que não pediu a
medida protetiva naquele momento pelo fato dele ter voltado para Sousa.
No entanto, mudou de ideia após ter recebido ameaças de parentes do
político.
De acordo com a decisão do desembargador Ricardo Vital, além das
evidências físicas, fotos dos hematomas das agressões sofridas, o fato
da vítima estar sofrendo violência psicológica cometida pelo prefeito
por meio de mensagens de celular.
“É clarividente, portanto, a crueldade perpetrada contra a requerente,
de modo que,nos termos do art.22 da lei nº 11.340/06, necessário se faz
adotar medidas que obriguem o agressor e protejam a vítima”, afirmou o
magistrado em sua decisão.
Para o desembargador Ricardo Vital, o político demonstrou conduta
recorrente e personalidade voltada para a prática de violência contra a
mulher. Ainda de acordo com a Justiça, Fábio Tyrone responde a um outro
processo por violência contra uma outra ex-mulher. O caso tramita na
Justiça do Ceará.
Por G1/PB
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