O processo do Vaticano contra o arcebispo da Paraíba, Dom Aldo
Pagotto, suspeito de envolvimento em exploração sexual de menores,
ganhou um novo capítulo com a visita eclesiástica do arcebispo de
Teresina, Dom Jacinto, à Paraíba. Ele foi designado pelo papa Francisco
para realizar uma sindicância (que no Direito Canônico é chamada de
visita eclesiástica) a fim de apurar as denúncias. Dom Aldo segue sem
poder ordenar padres e diáconos. Há pelo menos sete padres transitórios
aguardando para serem ordenados.
Dom Aldo Pagotto |
O procurador do trabalho, Eduardo Varandas, também teria sido ouvido
pelo pontífice, uma vez que no Ministério Público do Trabalho na Paraíba
há uma investigação por suposta conivência de Dom Aldo num esquema de
exploração sexual de crianças e adolescentes.
Outra peça chave no processo, também ouvida pelo representante do
Vaticano, Mariana José Araújo Silva, ligada à Paróquia São Rafael, acusa
Dom Aldo, de ter tido relação afetiva e sexual com um jovem de 18 anos
de idade. Em outra denúncia, o arcebispo é acusado de realizar encontros
amorosos com a presença de outros padres e jovens para experiências
sexuais.
Os padres ouvidos pelo representantes da Santa Sé temem relatar mais
detalhes por conta do sigilo pontifício. Caso ele seja quebrado o
presbítero pode ser tornado leigo, ou seja, expulso da igreja católica.
À imprensa, o arcebispo Dom Aldo afirmou desconhecer a visita de Dom Jacinto e disse que não tem nada a falar sobre o assunto.
Investigação
Esta é a segunda visita canônica realizada para apurar as denúncias que chegaram à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra Dom Aldo. A primeira ocorreu em agosto de 2013, ocasião em que Dom Fernando Guimarães, então arcebispo de Garanhuns (PE), hoje arcebispo da diocese militar em Brasília, ouviu cerca de 26 padres prestaram depoimentos contrários à conduta de Pagotto.
Esta é a segunda visita canônica realizada para apurar as denúncias que chegaram à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra Dom Aldo. A primeira ocorreu em agosto de 2013, ocasião em que Dom Fernando Guimarães, então arcebispo de Garanhuns (PE), hoje arcebispo da diocese militar em Brasília, ouviu cerca de 26 padres prestaram depoimentos contrários à conduta de Pagotto.
Responsável pela arquidiocese paraibana desde 2004, por enquanto, Dom
Aldo pode apenas presidir celebrações eucarísticas e alguns
sacramentos, como batizados, crisma e matrimoniais. A suspensão da
chamada ordem episcopal ocorre desde o início de 2015, por iniciativa da
Santa Sé, que abriu procedimento para investigar as denúncias
apresentadas contra o arcebispo da Paraíba.
“Tem uma turma de seminaristas esperando há mais de um ano a
ordenação. E essas ordenações são feitas assim que os seminaristas
terminam o curso teológico, mas como eles está impedido de ordenar,
seguimos com os poderes limitados ao sacramentos do diaconato”, lamenta
um padre transitório, que pediu que não o identificasse.
Conforme relato do padre, ao ficar impedido de ordenar, Dom Aldo fez
uma reunião com os seminaristas que aumentou ainda mais a crise. “Os
diáconos também estão esperando ordenação e ele suspenso”, comentou um
dos diáconos, que ainda aguardam a ordenação.
Na mira do Vaticano
As denúncias envolvendo Dom Aldo têm sido duramente combatidas pelo papa Francisco desde que assumiu. Em outubro do ano passado, o papa questionou o comportamento daqueles, “incluindo alguns bispos”, que são “culpados” de ter acobertado crimes de pedofilia na Igreja. “Nós não podemos encobrir” atos de padres pedófilos e “aqueles que os acobertam são culpados, incluindo alguns bispos”, ressaltou.
Na mira do Vaticano
As denúncias envolvendo Dom Aldo têm sido duramente combatidas pelo papa Francisco desde que assumiu. Em outubro do ano passado, o papa questionou o comportamento daqueles, “incluindo alguns bispos”, que são “culpados” de ter acobertado crimes de pedofilia na Igreja. “Nós não podemos encobrir” atos de padres pedófilos e “aqueles que os acobertam são culpados, incluindo alguns bispos”, ressaltou.
Do Jornal da Paraiba
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