O diretor da cadeia de Solânea,
Alberto de França Costa, baleado no dia 22 de maio, pode ficar
tetraplégico. A informação foi confirmada pelo neurocirurgião Marcos
Wagner que faz o acompanhamento médico do diretor no Hospital de
Emergência e Trauma de Campina Grande. De acordo com o médico, Alberto
de França Costa não apresenta movimentos nos membros superiores e
inferiores. “O quadro dele é semelhante ao de Christopher Reeve, que
ficou conhecido como o super-homem no cinema”, comentou.
Alberto de França |
Conforme o médico Marcos Wagner, o diretor da cadeia de Solânea foi
atingido apenas por um tiro, mas que causou um dano irreversível, por
ter atingido em cheio a medula espinhal. “Foi um tiro a queima roupa, na
cervical mais especificamente entre as vértebras C5 e C6. Foi um único
tiro, mas que gerou um dano muito grande pelo local”, explicou. Ainda
segundo o neurocirurgião, o diretor segue internado na enfermaria do
Trauma de Campina Grande recebendo toda assistência necessária. “Estamos
fazendo o melhor possível”, completou.
O delegado que investiga o caso, Diógenes Fernandes, adiantou em entrevista
que o suspeito de atirar em Alberto de França foi identificado e as
buscas contra ele continuam. “Sabemos o nome do atirador, que é morador
de Solânea e tem 20 anos. Sabemos também que ele, quando ainda era
adolescente, foi apreendido e cumpriu medida de três anos por
latrocínio. Quando saiu do centro, ele voltou a enveredar pelo mundo do
crime e se envolveu na tentativa de homicídio contra o Alberto”,
explicou.
Segundo a polícia, mandantes do crime foram dois traficantes da região
de Solânea que estão presos na cadeia da cidade e que não concordavam
com a forma como Alberto de França delimitava as regras na unidade
prisional. “Os dois seguiam presos, mas dando ordens no tráfico de
Solânea e Arara.
Eles não gostavam das regras do diretor e ordenaram a execução”,
comentou o delegado. Ainda de acordo com Diógenes Fernandes, os dois
mandantes foram transferidos na sexta-feira (27/5) para o complexo
penitenciário de segurança máxima PB1, em João Pessoa, por questões de
segurança.
Embora o suspeito de atirar contra o diretor esteja foragido, os demais
envolvidos estão detidos. Os dois mandantes que já estavam presos devem
responder também pelo crime contra o diretor, o responsável por pilotar a moto em que o atirador fugiu foi preso um dia após a tentativa de homicídio e o adolescente responsável por identificar o diretor do lado de fora do ginásio também está apreendido.
“Mesmo que o quadro clínico de Alberto seja complicado, ele está
consciente e foi ouvido duas vezes pela polícia, está colaborando com as
investigações. O inquérito ainda está aberto e continuamos no encalço
do suspeito de atirar e ferir gravemente o diretor da cadeia”, concluiu.
Com G1/PB
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