Os
senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e
Cássio Cunha, lider dos tucanos no Senado, trocaram acusações na tarde
desta segunda-feira (7), após o parlamentar petista ter chamado de
"ilegal" a decisão do juiz Sérgio Moro que autorizou na sexta-feira (5) a
condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lindbergh, que acusara a Operação Lava Jato de proteger os tucanos,
disse que o PSDB "nunca gostou de investigação no Brasil" e disse que o
chefe do Ministério Público Federal no governo FHC, Geraldo Brindeiro,
era chamado de "engavetador-geral"...
Os paraibanos Cássio e Lindbergh Farias trocam farpas no Senado |
Senadores do PT e da oposição,
principalmente os tucanos, travaram acalorados debates em plenário.
Ouviu-se até palavrão nas discussões. Enquanto os petistas reclamaram da
arbitrariedade na ação contra o ex-presidente, os oposicionistas
destacaram que a medida contou com respaldo judicial e que ninguém está
acima da lei.
Da tribuna do Senado, Lindbergh partiu
para o ataque e falou sobre escândalos de corrupção que envolveram
governos do PSDB. Citou o da máfia das merendas e o do cartel dos metrôs
em São Paulo, chamando-os de "merendão" e "trensalão". "O senhor é um
fanático. É um fanático caluniador. Essa que é a verdade", acusou
Aloysio. "Discurso estercorário da tribuna. Está sujando a tribuna do
Senado", completou.
Cássio Cunha Lima pediu a
Lindbergh que tenha respeito pela trajetória dele de "cara pintada para
não se transformar num cara lavada". O senador petista reclamou do que
considera como partidarização das ações da Lava Jato ao insinuar que
suspeitas levantadas em delações premiadas contra o presidente do PSDB,
senador Aécio Neves (MG), não estaria sendo investigadas. O petista
cobrou que Sérgio Moro obedeça a lei. "Olha, eu já disse: nós somos
democratas, vamos resistir nas ruas; mas esse achincalhamento que querem
fazer contra o nosso presidente Lula, contra a democracia brasileira,
nós não vamos aceitar."
Nas ruas
Em outro momento posterior, o senador
do PT acusou o PSDB de ter se aliado a "grupelhos fascistas" e de estar
colado ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ele disse que os petistas
não estão se "armando" para os protestos de rua marcados para o próximo
domingo (13/03). Cássio Cunha Lima rebateu-o: "E Vossa Excelência é colado
com Collor", disse, numa referência ao ex-presidente e hoje senador
Fernando Collor (PTB-AL), que Lindbergh protestou pela sua saída, mas
hoje é aliado do governo Dilma. "O senador Cássio está mentindo. Você
sabe que eu e Collor, aqui, a gente mal se cumprimenta", treplicou.
O ânimo da discussão exaltou a ponto
que o líder do PSDB falou fora do microfone – embora o áudio tenha sido
captado. "Fascista é a p. que pariu", disse. O líder do PT no Senado,
Paulo Rocha (PA), pediu que a "baixaria" que o tucano expressou fosse
retirada dos anais. O pedido foi atendido pela Mesa Diretora.
Veja vídeo durante a discussão:
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