Na Paraíba, o número de casos suspeitos de microcefalia passou de 371
para 425. É o que informa o boletim epidemiológico nº 5, divulgado pela
Secretaria de Estado da Saúde (SES/PB) nesta terça-feira (22/12). A
quantidade de notificações é distribuída em 72 municípios e se enquadram
dentro das orientações dadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS) do Ministério da Saúde.
A região metropolitana de João
Pessoa contabiliza 70% do número de casos suspeitos. João Pessoa se
mantém como o município com maior número, num total de 204 casos, sendo
também o município que mais revisou prontuários, realizando busca ativa
retrospectiva nos atendimentos das maternidades públicas e também o
município que já registra duas mortes, 30 casos descartados e 19
confirmados. O Conde segue com 16 casos, Bayeux com 14, Alhandra com 13,
Caaporã 11 casos e Pedras de Fogo contabilizou 10 casos. Já o município
de Pitimbu está com nove casos suspeitos, Cabedelo também com nove
casos, Santa Rita com seis casos, Rio Tinto cinco casos e Lucena um
caso.
“A SES-PB está apoiando os municípios para agilizar a
investigação dos casos suspeitos. Nossa equipe reforça a importância da
notificação de novos casos, seguindo os critérios estabelecidos pelo
Ministério da Saúde”, enfatizou a gerente executiva de Vigilância em
Saúde da SES, Renata Nóbrega.
Do total de casos notificados até o
momento, 21 foram confirmados, 30 descartados e os demais (374)
continuam em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde, com
apoio da SES-PB e do Ministério da Saúde. Dois casos foram confirmados
em gestantes residentes no município de Juazeirinho, cujos fetos
apresentaram microcefalia e diagnósticos laboratoriais conclusivos para
vírus Zika em amostra de líquido amniótico.
Neste período, cinco
casos suspeitos evoluíram para óbito – quatro infantis e um fetal -
cujas mães são residentes dos municípios de Piancó (um), Conde (um) e
João Pessoa (três). Após a conclusão da investigação, um óbito infantil
foi descartado - os achados não eram compatíveis com malformação
congênita de origem infecciosa. Os demais estão em investigação. Segundo
o tipo de detecção, 88% (373/425) das notificações foram de
recém-nascidos, 51 fetos com alterações do SNC (12%) e um natimorto.
“A
maioria das notificações feitas até então foi realizada baseada,
apenas, na medida do perímetro cefálico (PC) igual ou inferior a 33
centímetros, independentemente da mãe relatar ou não sinais ou sintomas
de doenças infecciosas durante a gravidez e de exames complementares.
Portanto, trata-se de uma triagem de crianças nascidas a partir de 1º de
agosto, que se enquadram na definição de caso suspeito, a fim de
possibilitar o desencadeamento da investigação e, com isso, concluir um
diagnóstico final de confirmação ou descarte de malformação congênita
relacionada ao vírus Zika, conforme protocolo clínico do Ministério da
Saúde”, explicou Renata Nóbrega.
Confirmação
O
Ministério da Saúde confirmou no dia 28 de novembro a relação entre o
Zika vírus e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto
Evandro Chagas, órgão do MS em Belém (PA), encaminhou o resultado de
exames realizados em um bebê, nascido no Ceará, com microcefalia e
outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos foi
identificada a presença do Zika vírus.
“Essa é uma situação
inusitada no ramo da pesquisa científica. As investigações sobre o tema
devem continuar para esclarecer questões como: a transmissão desse
agente; a sua atuação no organismo humano; a infecção do feto e período
de maior vulnerabilidade para a gestante”, explicou Renata Nóbrega.
Serviços
Os
serviços de referência no tratamento dos casos de alto risco são:
Maternidade Cândida Vargas, Maternidade Frei Damião e Hospital
Universitário Lauro Wanderley (em João Pessoa), Maternidade Peregrino
Filho (em Patos) e o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea, em
Campina Grande).
Para outros esclarecimentos, deve-se entrar em
contato com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
(CIEVS), pelo telefone: 0800-281-0023.
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