O uso excessivo de eletrônicos, como celular e computador, fez disparar o número de pessoas com miopia em todo o planeta.
Uma cena muito comum na casa da Sofia e da Valentina, e não deve ser
muito diferente em outras casas: se deixar, elas ficam horas no
computador e no celular. "Conversar com os amigos e ficar olhando as
redes sociais”, diz Valentina Miyasaki Tieppo, de 10 anos.
Nem os olhos atentos da mãe, que é oftalmologista, conseguiram evitar
que a Sofia, de 13 anos, desenvolvesse miopia por causa do uso excessivo
de aparelhos eletrônicos.
miopia é um erro refrativo do globo ocular. Quem desenvolve essa
doença, tem dificuldade para ver o que está longe. Isso acontece porque a
imagem dos objetos é focada incorretamente, ou seja, os objetos são
focados à frente da retina, fazendo com que a visão do que está longe
pareça turva.
"No começo eu não consegui enxergar direito a lousa, eu sentava no
fundo também. Era borrado um pouquinho, mas bem de longe. Agora, hoje em
dia três, palmos não consigo ver direito não”, conta Sofia Miyasaki
Tieppo.
Segundo as Organização Mundial da Saúde, até 2050 metade da população
do planeta vai sofrer dessa doença por causa do uso excessivo de
aparelhos eletrônicos. Esse crescimento no número de míopes já vem sendo
observado na Ásia, onde a tecnologia está um passo à frente. Na Coreia
do Sul, Japão, China e Singapura, a incidência de jovens adultos com
miopia chega a 90%.
Os brasileiros passam, em média, quatro horas por dia com os olhos
fixos em aparelhinhos eletrônicos. E as consequências desse excesso já
são observadas em clínicas de todo o país. Tanto é que, segundo a
Sociedade Brasileira de Oftalmologia, pela primeira vez o comportamento
está se sobrepondo a genética. De cada dez casos diagnosticados de
miopia, apenas um é passado de pai para filho. Os outros nove são
provocados pelos hábitos do dia a dia.
"De modo geral, todos os oftalmologistas têm percebido que está cada vez mais o número de míopes e também o aumento das miopias degenerativas que são os autos míopes, as miopias acima de 6, 8 graus. Essas miopias podem levar a um descolamento de retina e perda de visão”, afirma a oftalmologista Thaissa Faloppa Duarte.
Cerca de 20% das crianças em idade escolar, de acordo com o
levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, apresentam
problemas de vista. Os tratamentos vão desde o uso de óculos à cirurgia,
dependendo da gravidade.
Aos oito anos, o Luís Filipe, já tem 3,5° de miopia. Agora, que vai
ficar mais tempo em casa, com a chegada das férias, vai ter que colocar
um freio no uso dos eletrônicos. “Ficar uma hora e depois parar”, diz
Luís Filipe Galego Dias da Silva.
Por .globo.com/jornal-nacional
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