sexta-feira, janeiro 01, 2021

Mãe leva filha a 7 médicos até descobrir síndrome rara causada pela Covid-19

   A família de Alice da Silva Ribeiro, de 5 anos, não sabia que a menina havia sido infectada pelo novo coronavírus, já que ela não apresentou qualquer sintoma. A confirmação só veio um mês depois, quando a criança foi diagnosticada com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Até então, chegou a ser avaliada por sete médicos, conforme contou ao G1 a mãe de Alice, Eva Vilma Santos da Silva Ribeiro, de 32 anos.
   Moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, a família da menina pegou Covid-19 em novembro, quando a avó materna, sem saber que estava infectada, foi passar uns dias na casa dela, conforme conta Eva. “Levei minha mãe para casa porque achamos que o que ela sentia seria um infarto”, afirma. Dias depois, a família manifestou alguns sintomas da doença, e veio a confirmação: tanto os pais de Alice quanto a avó estavam com a doença. 
  No último dia 11, um mês após a contaminação, Alice começou a apresentar um quadro de febre alta. A mãe a levou a um pronto-socorro da cidade, no qual o médico pediu um raio-X, que não constatou nenhuma infecção pulmonar, e a liberou. A indicação era de que a família observasse como a menina se sentiria nos próximos dias. No entanto, ela não apresentava nenhuma melhora.
  “Foram três dias de febre, até que ela começou a ter dor na barriga”, conta Eva. Ao fim do terceiro dia, ela levou a menina novamente à unidade de saúde, pois, além da febre e das dores, Alice também parecia estar com conjuntivite. “O médico pediu alguns exames e me falou que tinha dado infecção no sangue. Ela gritava de dor”, relembra. Segundo a mãe, desde o primeiro dia em que ela apresentou os sintomas, achou que a filha tivesse com a síndrome rara, e até chegou a expor isso para o especialista, que desacreditou. 
  A síndrome 
 A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, que é considerada rara, pode se desenvolver em pessoas de 0 a 19 anos que tiveram Covid-19 previamente, e que, inclusive, já estão curadas da doença. O primeiro critério para avaliação dessa síndrome é que o paciente tenha tido Covid-19. Entre os sintomas, estão febre, conjuntivite e dor abdominal, como foi o caso de Alice.
  À menina, o médico prescreveu um antibiótico, que de nada adiantou. No dia seguinte, Alice continuava com fortes dores, e então, os pais decidiram levá-la a um hospital particular, onde o médico, assim que a examinou, desconfiou que pudesse ser a SIM-P. Como a família não tinha condições de pagar pela internação, o profissional fez uma carta de indicação para que ela pudesse ser levada a um hospital público.

Por G1/Santos

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