O presidente do BNDES, Joaquim Levy, pediu demissão do cargo.
"Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do
BNDES. Minha expectativa é que ele ceda".
"Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso
nas reformas. Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e
determinação da minha diretoria".
Em nota, Levy agradeceu especialmente aos inúmeros funcionários do
BNDES, "que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o
banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do
financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da
nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência
e responsabilidade".
Na tarde de sábado, o presidente Jair Bolsonaro criticou e
ameaçou demitir Levy. Bolsonaro disse estar "por aqui" com o chefe do
banco, que estaria “com a cabeça a prêmio”.
Desde o início do governo, a relação entre os dois foi marcada por
divergências. O episódio mais recente foi a escolha de Marcos Barbosa
Pinto para a diretoria da área de Mercado de Capitais, do BNDES,
responsável pelos investimentos do BNDESPar, braço de participações
acionárias do banco de fomento, que administra carteira superior a R$
100 bilhões. O presidente exigiu que Levy demitisse o diretor.
Na noite de sábado, Barbosa Pinto entregou uma carta de renúncia ao
cargo. Ele foi chefe de gabinete de Demian Fiocca, na presidência do
BNDES, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao
"G1", Guedes destacou ainda que é natural Bolsonaro se sentir
"agredido".
O próprio Levy também participou de governos petistas. Foi secretário
do Tesouro no governo Lula e ministro da Fazenda na gestão de Dilma
Rousseff.
Por O Globo
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