O Ministério Público do Estado da Paraíba
(MPPB) ajuizou, nesta terça-feira (5/12), uma ação civil pública contra o
político Josa da Padaria (PSB), ex-prefeito de Guarabira, cidade do Agreste da
Paraíba, por enriquecimento ilícito. Na mesma ação, o órgão também pede a
condenação de um advogado. O prejuízo aos cofres públicos é estimado, com
valores atualizados, em R$ 88,9 mil.
O site não conseguiu contato com o ex-gestor. O atual
partido dele, o PSB, informou que não vai se pronunciar sobre o caso pois não
tomou conhecimento da ação. Na época das irregularidades, o gestor era filiado
ao PMDB.
Conforme explicou a promotora
de Justiça Andrea Bezerra Pequeno de Alustau, foram constatadas irregularidades
referentes ao pagamento indevido de honorários advocatícios, além da cobrança,
a menor, do ISS devido - cujo percentual deveria ter sido de 5% sobre o valor
da nota fiscal de serviço -, caracterizando negligência do ex-gestor na
arrecadação de tributos.
O advogado foi contratado pela
Prefeitura de Guarabira por meio de processo de inexigibilidade de licitação.
Na proposta comercial apresentada por ele e endereçada à Prefeitura, o advogado
se comprometeu a recuperar para o Município R$ 1,5 milhão em compensações
administrativas, recebendo sobre esse montante 15% referentes aos honorários
advocatícios, o que totalizaria R$ 225 mil.
De acordo com a promotoria, o
contrato firmado entre as partes estabelecia que a Prefeitura só poderia
efetuar qualquer pagamento decorrente desse contrato quando as ações ajuizadas
transitassem em julgado, com sentença de procedência, e o crédito do valor
recuperado fosse depositado em conta bancária do Município.
“Qualquer pagamento que não
atendesse a esses requisitos seria ilegal e sem comprovação, em evidente
prejuízo ao Erário, sendo exatamente o que ocorreu, no final da gestão do
promovido José Agostinho Souza de Almeida, quando autorizou e empenhou o
pagamento de R$ 40.819,00 ao segundo requerido, no dia 27 de dezembro de 2012,
sem qualquer processo para verificação da implementação das cláusulas
condicionantes”, detalhou a promotora de Justiça.
O MPPB ressalta que, até agora,
a Prefeitura de Guarabira não obteve nenhuma decisão com procedência total do
pedido. “Sendo assim, a estimativa inicial de recuperação de R$ 1,5 milhão
restará prejudicada, o que fatalmente implicará nos honorários eventualmente
devidos ao advogado George Lima”, explicou a promotora.
O Ministério Público requer que
a Justiça conceda liminar de indisponibilidade de bens do ex-prefeito e do
advogado, no montante de R$ 88,9 mil. Também requereu a expedição de ofícios
aos cartórios de Registro de Imóveis da Comarca de Guarabira, determinando a
inalienabilidade dos bens ou direitos existentes em nome deles e a expedição de
ofícios ao Banco Central, ao Detran-PB e à Receita Federal para que forneça
cópia da última declaração de bens e rendimentos, para verificar a existência
de outros bens fora de Guarabira.
O MPPB também requereu a
condenação do ex-prefeito e do advogado pela prática de atos de improbidade
administrativa, que causaram enriquecimento ilícito e dano ao erário, às
seguintes sanções: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio deles; perda de função pública; suspensão dos direitos políticos;
pagamento de multa civil e a proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário.
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