O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou hoje (8/09)
denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra senadores do PMDB
pelo crime de organização criminosa. Foram denunciados os senadores
Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp
(RO) e Jader Barbalho (PA), além do ex-senador José Sarney.
A
íntegra da denúncia ainda não foi divulgada, mas está relacionada com a
delação premiada do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, empresa
subsidiária da Petrobras.
Segundo a PGR, os parlamentares são
acusados de ter recebido R$ 864 milhões em propina, por meio de desvios
na Petrobras. Os desvios, de acordo com a denúncia, geraram prejuízo de
R$ 5,5 bilhões para a estatal e de R$ 113 milhões para a Transpetro.
“As
ações ilícitas voltaram-se inicialmente para a arrecadação de recursos
da Petrobras por meio de contratos firmados no âmbito da Diretoria de
Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da Transpetro. O
aprofundamento das apurações levou à constatação de que, no mínimo entre
os anos de 2004 e 2012, as diretorias da sociedade de economia mista
estavam divididas entre os partidos políticos responsáveis pela
indicação e manutenção dos respectivos diretores ”, diz nota do MPF.
Outro lado
Em
nota divulgada à imprensa, a defesa senador Romero Jucá disse que
espera celeridade no julgamento pelo Supremo e que "acredita na
seriedade do STF ao analisar as denúncias apresentadas pelo PGR".
O
advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, representante de Lobão,
disse que recebeu com "certa perplexidade" a denúncia. Para o defensor,
Janot está contra os partidos políticos. Castro, que também defende
Sarney, também declarou que o ex-senador não participou de indicações
para a Petrobras.
Em nota, Renan Calheiros afirmou que a denúncia
do procurador é uma tentativa de vinculá-lo com desvios na estatal.
"Para criar uma cortina de fumaça tentando desviar o assunto e encobrir
seus malfeitos, o procurador-geral começa a disparar mais denúncias
defeituosas. Essa é mais uma tentativa de vincular-me aos desvios
criminosos da Petrobras, me denunciando várias vezes pela mesma
acusação. Ocorre que eu nunca mantive qualquer relação com os
operadores citados e o procurador já sabe disso", diz nota.
Em
nome do senador Valdir Raupp, o advogado Daniel Gerber opina que a
denúncia deveria esperar as mudanças de comando no Ministério Público
(MP), que passará a Raquel Dodge no próximo dia 18. "Esta denúncia
deveria ter aguardado a transição junto ao MP. Nada explica que somente
seja oferecida ao apagar das luzes de um mandato que pressionou
exageradamente por delações, e que hoje esteja sob suspeita por tal
motivo." Gerber ainda afirma que acredita que este será mais um caso em
que as acusações contra o senador não serão comprovadas.
Com Agência Brasil
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