Mesmo sob forte protesto da oposição, o plenário da Câmara dos
Deputados aprovou hoje (22/03) o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998, de autoria
do Executivo, que libera a terceirização para todas as atividades das
empresas. O projeto foi aprovado por 231 a favor, 188 contra e 8
abstenções.
Nove dos doze deputados federais da Paraíba participaram da sessão. Cinco votaram a favor (Aguinaldo Ribeiro (PP), Rômulo Gouveia (PSD), Benjamin Maranhão (SD), André Amaral (PMDB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) e quatro contra (Luiz Couto (PT), Damião Feliciano (PDT), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e Wilson Filho (PTB). Já os deputados Wellington Roberto (PR), Efraim Filho (DEM) e Hugo Motta (PMDB) não votaram.
Nove dos doze deputados federais da Paraíba participaram da sessão. Cinco votaram a favor (Aguinaldo Ribeiro (PP), Rômulo Gouveia (PSD), Benjamin Maranhão (SD), André Amaral (PMDB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) e quatro contra (Luiz Couto (PT), Damião Feliciano (PDT), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e Wilson Filho (PTB). Já os deputados Wellington Roberto (PR), Efraim Filho (DEM) e Hugo Motta (PMDB) não votaram.
Ainda hoje serão votados alguns destaques. Após a
votação dos destaques, o projeto, que já havia sido aprovado pelo
Senado, seguirá para sanção presidencial.
Desde o início da
sessão, a oposição obstruía os trabalhos. A obstrução só foi retirada
após acordo para que fosse feita a votação nominal do projeto e
simbólica dos destaques. O acordo foi costurado entre o líder do
governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e parte da oposição.
Pelo
projeto, as empresas poderão terceirizar também a chamada atividade-fim,
aquela para a qual a empresa foi criada. A medida prevê que a
contratação terceirizada possa ocorrer sem restrições, inclusive na
administração pública.
Atualmente a legislação veda a
terceirização da atividade-fim e prevê a adoção da prática em serviços
que se enquadrem como atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não
estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa.
O projeto que foi aprovado pelo plenário da Câmara também modifica o
tempo permitido para a contratação em regime temporário dos atuais três
meses para 180 dias, “consecutivos ou não, autorizada a prorrogação por
até 90 dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das
condições que o ensejaram”, diz o projeto.
Decorrido esse prazo, o
trabalhador só poderá ser contratado novamente pela mesma empresa após
90 dias do término do contrato anterior. O texto estabelece a chamada
responsabilidade subsidiária da empresa contratante em relação aos
funcionários terceirizados.
A medida faz com que a empresa
contratante seja “subsidiariamente responsável pelas obrigações
trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário e
em relação ao recolhimento das contribuições previdenciárias”, diz o
texto.
Debate
A discussão do projeto foi
iniciada na manhã desta quarta-feira, a discussão da matéria foi
iniciada com resistência da oposição. O deputado Alessandro Molon
(Rede-RJ) criticou o projeto e disse que a iniciativa vai fazer com que a
maioria das empresas troque os contratos permanentes por temporários.
“Essa proposta tem por objetivo uma contratação mais barata,
precarizando e negando direitos. O próximo passo é obrigar os
trabalhadores a se transformarem em pessoas jurídicas, abrindo mão de
férias, licença-maternidade e outros direitos”, disse.
No início
da tarde, o relator Laércio Oliveira (SD-SE) apresentou o seu parecer e
rebateu as críticas. De acordo com o deputado, o projeto não retira
direitos. “Faço um desafio: apontem dentro do texto um item sequer que
retire direitos dos trabalhadores. Não existe”, disse.
O líder do
governo, Aguinaldo Ribeiro, defendeu o projeto com o argumento de que a
medida vai ajudar a aquecer a economia, gerando novos empregos. “O
Brasil mudou, mas ainda temos uma legislação arcaica. Queremos avançar
em uma relação que não tira emprego de ninguém, que não vai enfraquecer
sindicatos. Eles também vão se modernizar”, disse.
Projeto de 1998
Originalmente,
o projeto foi encaminhado à Câmara em 1998 pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e aprovado no Senado em 2002. Deputados contrários ao
projeto criticaram a votação da proposta 15 anos depois e chegaram a
defender a apreciação de outro texto, em tramitação no Senado, que trata
do tema.
“Já votamos essa matéria aqui e aprovamos uma matéria
que foi para o Senado e que é muito diferente desse projeto que está na
pauta aqui hoje. Essa matéria não passou pelo debate dessa legislatura e
seguramente representa um duro ataque aos direitos dos trabalhadores”,
disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Com Agencia Brasil
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