A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta segunda-feira (5), com
apoio da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Receita Federal,
mandados de busca e apreensão na casa e nos escritórios do ministro do
Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e
do deputado federal Marco Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara.
Os dois são investigados desde maio pela Operação Lava Jato. A assessoria de Vital do Rêgo informou ao G1,
às 12h25, que o ministro do TCU só vai se posicionar oficialmente sobre
os mandados de busca e apreensão no momento em que ele "entender"
exatamente o que aconteceu. Em pronunciamento em uma rede social, Marco
Maia disse ser alvo de "mentiras" e de "vinganças" de delatores.
Segundo a PF, por ordem do ministro Teori Zavascki – relator da Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) – estão sendo cumpridos nove
mandados judiciais no Distrito Federal, na Paraíba e no Rio Grande do
Sul nos endereços pessoais, funcionais e empresariais do deputado do PT e
do ministro do TCU.
O objetivo é coletar provas do suposto envolvimento de Marco Maia e
Vital do Rêgo em um esquema de cobrança de propina. A Polícia Federal
informou que executivos de empreiteiras afirmam ter repassado mais de R$
5 milhões para "evitar retaliações".
Os dois são suspeitos de terem cobrado uma espécie de "pedágio" de
fornecedores da Petrobras para blindá-los e impedir suas convocações na
CPI mista do Congresso Nacional que, em 2014, investigava as suspeitas
de irregularidades na estatal do petróleo.
Em maio, Teori havia autorizado a abertura de um inquérito
para investigar o envolvimento dos dois na Lava Jato com base na
delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS).
No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, alegou que os fatos narrados por Delcídio indicam crimes
de concussão (crime praticado por funcionário público) ou corrupção
passiva.
Em nota, a bancada do PT na Câmara chamou de "espetacularização
desnecessária" a ação da Polícia Federal na residência de Marco Maia (leia a íntegra do comunicado ao final desta reportagem).
A Polícia Federal batizou essa fase da operação de "Deflexão". Em nota,
os policiais explicaram que o nome faz referência ao verbo "defletir",
que significa provocar mudança ou alteração no posicionamento normal de
algo.
Ainda de acordo com os policiais, a operação foi chamada de Deflexão
para se referir ao fato de que, mediante propina, empreiteiros
investigados passaram à condição de blindados de uma eventual
responsabilização.
Com G1/PB
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