A presidenta Dilma Rousseff fez hoje (16)/12 um dos mais inflamados discursos em defesa de seu mandato e contra o pedido de impeachment.
Ao participar da 3ª Conferência Nacional de Juventude, em Brasília,
evento que reúne lideranças jovens de todo o país, Dilma disse que
"jamais houve desvio" durante o exercício da Presidência, atacou
enfaticamente adversários, disse que há uma "invenção de motivos" por
parte dos que "tentam chegar ao poder de forma assaltar a eleição
direta" e afirmou que tem o "compromisso de continuar mudando o Brasil".
Antes
de seu discurso, vários participantes do evento puxavam coros de apoio a
Dilma e contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Durante o discurso, ela foi interrompida algumas vezes por
gritos de "Não vai ter golpe" e "Ai, a Dilma fica o Cunha sai". Cunha
aceitou, no último dia 2 de dezembro, a abertura do processo de impeachment, cujo pedido foi feito pelos juristas Hélio Bicudo, Mighel Reale Jr. e Janaína Conceição Paschoal.
"Neste
momento, usando todos os instrumentos que o Estado Democrático de
Direito me faculta, lutarei contra a interrupção ilegítima do meu
mandato", declarou a presidenta, enumerando argumentos que, segundo ela,
comprovam que os que tentam interromper o "mandato popular conquistado
legitimamente" não encontram razões consistentes para o impeachment.
"É a falta de razão que nós chamamos de golpe. A Constituição brasileira prevê sim esse processo [de impeachment].
O que ela não prevê é a invenção de motivos. Isso nao está previsto em
nenhuma Constituição." De acordo com Dilma, os argumentos sobre as
mudanças no Orçamento não são consistentes pois "jamais houve desvio
nenhum". Segundo ela, seus opositores oscilam entre "invenções e
falácias porque não há como justificar o atentado que querem cometer
contra a democracia".
"Não sustenta qualquer argumento porque não
houve irregularidade. Nós pagamos o Bolsa Família sim. Pagamos o Minha
Casa, Minha Vida sim. E, ao fazê-lo, sempre respeitando as leis e os
contratos que existiam. Eu assinei decretos e mudanças na locação de
recursos quando estes recursos sobravam e, portanto, podiam ser
deslocados para outras atividades pela lei orçamentária aprovada neste
país", afirmou.
Com Agencia Brasil
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