sexta-feira, julho 17, 2015

Padrasto é investigado por morte de Rebeca na Paraíba, diz promotora

 A promotora Artemise Leal, responsável pelo caso da morte da estudante Rebeca Cristina, há cerca de quatro anos em João Pessoa, informou nesta sexta-feira (17/07) que o padrasto da adolescente está sendo investigado pela Polícia Civil sob suspeita de ter participação no caso. De acordo com Artemise, apesar da polícia ter pedido um mandado de prisão preventiva para ele, os indícios do envolvimento do padrasto no caso não são suficientes. Ele foi ouvido na quinta-feira (16) pelo Ministério Público da Paraíba.
Rebeca morreu em 2011
 “Ele está sendo apontado pela polícia como mandante, como o autor intelectual do crime. A gente tem o material genético da pessoa que executou. A questão é que até agora o delegado não apresentou o elemento que ligue a pessoa do autor intelectual ao executor. Quatro anos depois do crime e até hoje não temos nenhuma pessoa que seja apontada como executora. Fica complicado apontar que determinada pessoa é o mandante sem ter prova de que esta pessoa está ligada a um executor, que ainda não sabemos quem é”, disse Artemise.
Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds), o delegado responsável pelo caso, Glauber Fontes, informou que não vai se pronunciar sobre as investigações, que, segundo ele, correm em segredo de Justiça.
 No início de julho, quando a Polícia Civil fez o pedido de prisão preventiva do padrasto de Rebeca, o MP negou a prisão. Na época, a identidade do suspeito alvo do pedido de prisão não foi revelada. "No entender do Ministério Público, ainda faltam alguns elementos a ser esclarecidos. Não que a versão que o delegado vem apresentando seja uma versão que caia em descrédito totalmente, mas tudo tem que ser analisado dentro do inquérito policial com responsabilidade”, explicou a promotora nesta sexta-feira (17/07).
 Segundo Artemise Leal, para acarretar na expedição de um mandado de prisão, a denúncia à Justiça só pode ser feita quando houver comprovação de uma ligação entre o autor intelectual e o executor do crime. "Eu só posso fazer a denúncia caso a polícia apresente alguma prova que ligue o mandante ao executor ou alguma prova mostrando uma ameaça dele à vítima, por exemplo, senão a polícia estará elegendo uma pessoa”, comentou.
 O MPPB havia solicitado no dia 11 de julho à Polícia Civil que fizesse novas diligências investigatórias no inquérito que apura as circustâncias do homicídio da estudante.
Artemise explica que as diligências são para que a Polícia Civil apresente os elementos que possam fazer a ligação do suspeito de ser o mandante ao executor.
 Rebeca Cristina, de 15 anos, foi violentada e assassinada em 11 de julho de 2011, no trajeto entre a casa da família e o Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira VIII, Zona Sul de João Pessoa. O corpo da estudante foi encontrado com diversos tiros em um matagal na Praia de Jacarapé, Litoral Sul da Paraíba, na tarde do mesmo dia do crime.
Federalização
 No dia 3, o Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB) protocolou no Ministério Público Federal (MPF), um pedido de federalização do ‘Caso Rebeca’ e de outros três casos de mortes violentas, ocorridos entre 2011 e 2013 na Paraíba. Neste caso em particular, o órgão explicou que o pedido de federalização foi solicitado devido à forma como a investigação vem conduzida. O CEDH-PB explica que mesmo após já ter passado por oito delegados em quatro anos, o caso ainda permanece sem solução.

Com G1/PB

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