O ex-secretário de Estado da Educação, Afonso Scocuglia, três servidores
do estado e três empresários foram denunciados pelo Ministério Público
da Paraíba (MPPB) por fraude em licitação e formação de quadrilha.
Segundo informou nesta terça-feira (3) o Grupo de Atuação Especial
contra o Crime Organizado (Gaeco), a secretaria pagou R$ 242 mil por
equipamentos gráficos e atestou seu recebimento, mas estes só foram
entregues mais de dois anos depois do pagamento.
O MPPB estima um prejuízo de R$ 136 mil com a contratação de serviços
terceirizados, por falta dos aparelhos. O ex-secretário de Educação
alegou que não houve irregularidades. "Todos os equipamentos foram
entregues e funcionam normalmente, não houve prejuízo ao erário, não
houve irregularidade e deve haver algum equívoco porque foram entregues
na data certa", disse. Procurada pelo G1, a Secretaria de Estado da Educação não respondeu à denúncia até as 18h30.
De acordo com a denúncia, dois contratos foram celebrados em 2011,
prevendo a entrega, até dezembro daquele ano, de uma impressora e uma
guilhotina, no valor de R$ 172 mil e R$ 70 mi, respectivamente.
Consta na denúncia que um dos empresários chegou a confirmar saber "que
na época em que recebeu os pagamentos pela Secretaria de Estado da
Educação ambas as máquinas não tinham sido entregues".
Em um dos casos, a empresa contratada informou que houve atraso na
entrega devido à substituição de produto contratado por outro modelo,
porque o fabricante teria deixado de produzir o modelo comprado, mas que
o novo equipamento seria entregue "até meados de julho 2012".
Em inspeção realizada pela Controladoria Geral do Estado (CGE), foi
constatado que até julho não houve nenhuma das entregas. Os
equipamentos, segundo o Gaeco, só foram recebidos entre janeiro e julho
de 2014.
"Diante da constatação de fraude no processo de liquidação dos
contratos, mediante fiscalização realizada pela CGE, somadas as provas e
elementos já colhidos nos autos, direcionou-se o foco investigativo em
se dimensionar a atuação de cada um dos envolvidos na empreitada
criminosa que causou sérios prejuízos financeiros aos cofres do estado
da Paraíba", assinalam os promotores.
Para o Ministério Público, houve um esquema fraudulento formado pelos
servidores públicos, criando uma falsa comissão. "O então secretário de
Estado da Educação, juntamente com o então gerente administrativo da
SEE, foram responsáveis por 'montar' uma comissão de recebimento de
materiais fictícia, que somente existia no papel, com o objetivo de
fraudar, não somente os processos de liquidação de despesa dos contratos
investigados no procedimento, mas sim de vários processos de
recebimento de materiais da SEE", diz a denúncia.
Com G1/PB
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