Em conversa por telefone, a presidenta Dilma Rousseff fez, na manhã
de hoje (16/01), um apelo ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, em favor
dos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira, que está preso naquele
país por tráfico de drogas e deve ser executado no próximo domingo (18/01),
e de Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado pelo mesmo crime. Widodo
respondeu que não poderia atender ao apelo de Dilma, apesar de
compreender a preocupação dela com os cidadãos brasileiros.
O brasileiros Marco Archer Cardoso preso por tráfico de drogas |
O
presidente indonésio ressalvou que todos os trâmites jurídicos foram
seguidos conforme as leis do país e que os brasileiros tiveram garantido
o devido processo legal. As informações estão em nota divulgada pela
Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
“A presidenta
ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos
brasileiros. Disse respeitar a soberania indonésia e de seu sistema
judiciário, mas, como chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por
razões eminentemente humanitárias”, diz a nota. Dilma ainda lamentou
profundamente a decisão de Widodo e disse que a execução do brasileiro
vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para as relações
entre os dois países.
O assessor especial da Presidência da
República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou
que o governo brasileiro convocou duas vezes o embaixador da Indonésia
no Brasil para transmitir o desejo da presidenta Dilma de conversar com
Widodo. O primeiro pedido foi feito há cerca de uma semana. Segundo
Garcia, a execução do brasileiro criaria uma “sombra” na relação entre
os dois países.
“Não houve sensibilidade por parte do governo da
Indonésia para o pedido de clemência do governo brasileiro. Tanto em
relação a Archer, quanto a Goularte. Em princípio, para Marco Archer, a
execução deve se dar à meia-noite de domingo, hora de Jacarta, e 3h da
tarde na hora de Brasília”, disse. Garcia disse ainda que esperar “que
um milagre possa resolver essa situação”
O brasileiro Marco
Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, está preso na Indonésia desde 2003,
condenado por tráfico de drogas. Ele pode ser o primeiro brasileiro
executado por crime no exterior. Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, de
42 anos, também está no corredor da morte na Indonésia, por tentar
entrar no país, em julho de 2004, com seis quilos de cocaína escondidos
em uma prancha de surfe.
De acordo com as leis da Indonésia, a
única forma de reverter uma sentença de morte é o presidente do país
aceitar um pedido de clemência. A prmeira vez que o governo brasileiro
pediu clemência para Archer foi em marco de 2005, no governo do então
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem (16/01), a organização
não governamental (ONG) Human Rights Watch informou que a Indonésia vai
executar domingo (18), por fuzilamento, Archer e mais cinco prisoneiros
também condenados à morte por tráfico de drogas.
Com Agência Brasil
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