O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de
plantão no recesso do Judiciário, autorizou nesta quarta-feira (30/01) o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a deixar a prisão, em Curitiba,
para se despedir do irmão em São Bernardo Campo.
Genival Inácio da Silva, o Vavá, como era conhecido, morreu na manhã desta terça-feira (29/01), aos 79 anos.
Toffoli assegurou o direito de Lula de se encontrar com os familiares
na Unidade Militar na Região e que o corpo do irmão Vavá pode ser
levado até lá.
"Por essas razões, concedo ordem de habeas corpus de ofício para,
na forma da lei, assegurar, ao requerente Luiz Inácio Lula da Silva, o
direito de se encontrar exclusivamente com os seus familiares, na data
de hoje, em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade do
corpo do de cujos ser levado à referida unidade militar, a critério
da família", decidiu o presidente do Supremo.
Segundo o pedido apresentado ao STF, o velório ocorre desde
terça-feira (29/01), e o sepultamento será feito às 13h desta quarta-feira
(30/01), em São Bernardo do Campo, em São Paulo.
O ex-presidente teve o mesmo pedido rejeitado por instâncias inferiores, mas reverteu a decisão na Suprema Corte.
No pedido apresentado ao STF, a defesa argumentou que a Lei de
Execução Penal prevê o “direito humanitário” de o ex-presidente
comparecer ao velório.
Segundo a norma, os condenados que cumprem pena em regime fechado ou
semi-aberto e os presos provisórios podem obter permissão para sair da
cadeia, desde que escoltados, quando há o falecimento ou doença grave do
cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão.
Os advogados do ex-presidente ainda relembraram episódio da década de
1980, quando mesmo preso durante a ditadura militar, Lula obteve
autorização para comparecer ao velório da mãe, Eurídice Ferreira Mello, a
Dona Lindu.
O ex-presidente foi condenado por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão em
julho de 2017. Em janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região confirmou a sentença e aumentou a pena do ex-presidente para 12
anos e 1 mês de prisão no caso do triplex em Guarujá (SP).
No dia 7 de abril, Lula se entregou à Polícia Federal. Ele está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Por G1