A comissão especial da Câmara destinada a analisar o mérito e dar
parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171-A/93, que reduz a
maioridade penal de 18 para 16 anos será instalada na quarta-feira (8/04)
da próxima semana. A comissão foi criada há pouco pelo presidente da
Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que encaminhará ofício hoje,
ainda, aos líderes partidários para que indiquem os integrantes do
colegiado.
Manifestantes protestam
durante sessão na Câmara |
Depois de mais de 22 anos tramitando na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara, a PEC teve sua admissibilidade e juridicidade
aprovadas pela CCJ por 42 votos a favor e 17 contra. Agora ela passará a
tramitar em comissão especial da Câmara. A proposta foi apresentada em
1993 pelo então deputado Benedito Domingos (DF), visando a alterar a
redação do Artigo 228 da Constituição, que trata da imputabilidade penal
do maior de 16 anos.
A comissão será composta por 26 deputados e
igual número de suplentes, mais um titular e um suplente, atendendo ao
rodízio entre as bancadas não contempladas. Ao falar sobre a criação e
instalação da comissão no mesmo dia da aprovação da admissibilidade,
Cunha ressaltou que, mesmo com a obstrução, ficou claro que a maioria
dos deputados é favorável à proposta. “Eu vou dar todo o apoio para que a
PEC seja votada o mais rápido possível”, prometeu.
A comissão
especial deverá eleger, na primeira reunião, o presidente e os
vice-presidentes e designar o relator. Caberá ao colegiado debater o
mérito da PEC, fazer audiências públicas para discutir a mudança da
imputabilidade penal, com a redução da maioridade penal, e elaborar um
parecer sobre a proposta para ser votada votado pela comissão. Caso
aprovada, a matéria será encaminhada à apreciação do plenário da Câmara,
em dois turnos de votação.
Pelo Regimento Interno da Câmara, a
comissão tem o direito de discutir a proposta por até 40 sessões
plenárias da Câmara. Caso não seja apreciada nesse prazo, a matéria
poderá ser discutida por prazo indeterminado. No entanto, o presidente
da Câmara poderá avocar a proposta para apreciação em plenário, caso a
comissão não consiga deliberar sobre o tema em um prazo razoável.
A
redução da maioridade penal está sendo tratada por 39 PECs, sendo que
38 foram apensadas à principal que foi apresentada em 1993. Dentre as
propostas apensadas, por exemplo, há uma que propõe até acabar com a
maioridade penal e outra a redução para 14 anos e 12 anos.
Para a
aprovação da mudança constitucional no plenário são necessários um
mínimo de 308 votos a três, quintos dos 513 deputados, com votação em
dois turnos. Só depois de aprovada, ela vai para apreciação e votação no
Senado.
Com AgênciaBrasil